Então e esse baile de Carnaval?

O que se passou foi isto:

O meu filho mais velho passou a manhã de mão dada com a sua princesa. TODA a manhã. E dançaram, muito. E não se largaram:
O meu filho do meio e a sua princesa entraram de mão dada, dançaram tanto que a coroa da rapariga não parava de cair. A professora lá lhes mostrou como dançar mais docemente. E foi assim:
O meu filho do meio, surpresa, também tinha par. O Jardim também foi ao baile e, embora não estivessem mascarados, dançou com a sua dama, dois anos mais velha, mas que ele adora:

Sou pessoa para achar um piadão a isto. Num dia que de piada teve muito pouco, cansada nas horas, cheinha de vontade de contactar de perto com o meu colchão. Mas contentinha! :)
Bom fim-de-semana, sim?!!!!

Nota: não sei por que raio os mais velhos ficaram de lado, ó caramba, vamos todos a voltar as cabeças! Peço desculpa!

Ser mãe é também isto...

Lembram-se da conversa deles sobre o baile?
Pois bem, o mais velho já tem par. O do meio não tinha, o problema é que é tímido e estava apreensivo em verbalizar o convite. No serão de segunda-feira fizemos um postal, com efeito janela onde se lia o nome da fofa Leonor e lá dentro ele escreveu:
Queres ir ao baile comigo? e assinou.
Ficou tão feliz que voltou a assinar nas costas e escreveu a data! :)

Terça-feira não entregou, até porque faltou de tarde pois foi ao médico.
Ontem, quarta-feira quando cheguei à escola a tal menina estava a entrar no carro com o pai e o irmão. Avistei o meu filho e chamei-o. Perguntei se tinha dado o bilhete á Leonor e ... claro que não.

Chamei o pai dela, não ouviu, uma outra senhora chamou-o e ele veio á grade do muro e eu expliquei que o meu filho queria convidar a dele para o baile e tinha um postal. A confusão na mochila do meu filho, lá encontrei o bilhete, dei-o ao pai da menina e disse:
- Aqui está, mas é para ela aceitar, sim?!!!
E sorri e ele começou a rir-se também. Ora, tendo em conta que fui catequista dele, é normal que  faça o que lhe mando, ok?!!! Ahahahahahahahahahahah

O meu doce e tímido filho também a sorrir e disse, quando começámos a caminhar para ir buscar os irmãos:
- Sei como é que a Leonor se está a sentir agora.
- Como?
- Envergonhada....

Fofo nas horas, e eu feliz por mais uma missão cumprida! Ahahahahahahahaah

Estou em pulgas opara os ir buscar, a ver se ela vai com ele ao baile que, parecendo que não, é já amanhã!

Nomes

Ontem fiz 40 km's de carro sozinha e pus-me a pensar em nomes para filhos, caso tivéssemos mais.

Para menino é fácil. Da lista de nomes de família, sendo que os nomes são todos herdados, faltam-nos:
- Henrique - se fosse só um
- Joaquim e Ricardo - de fossem gémeos

Para menina a coisa é mais complicada. As opções seriam:
- Rita
- Luísa
- Ana
- Maria
- Mónica

Se tivéssemos só uma penso que recairia em Rita.
Mas e se fossem gémeas? Para mim era fácil: Rita e Luísa. mas o pai não aprecia Luísa...

Não vos digo as dores de cabeça que não tivemos por não ter tido meninas, ufa!

Mas Luísa é girinho, não é?

Viagem ao futuro

Chamei-os para a almoçar. Os mais velhos são os primeiros a chegar. Estão a sentar-se ao balcão e eu, de costas, a terminar o repasto ao fogão.
É então que ouço:

- Vais ao baile?
- Vou.
- Levas par?
- Sim.
- Quem?
- A Lara...

... inspirei, expirei. Tentei lembrar-me como passaram estes 10 anos porque, de repente, fiquei com 45 e tenho dois galos jovens sentados à mesa. Ainda pensei espreitar o decote a ver os estragos destes dez anos (ahahahahahah) e desejei que a tijoleira fosse azulejo espelhado que deixasse ver quantas rugas me trouxeram estes 10 anos que vieram de rajada.

Tomei coragem e olhei para trás...

Ufa! Eles continuam a ter 6 e 7 anos e ainda não falam de bailes de finalistas...

A escola vai ter um baile de carnaval e um vai vestido de amora e outro de laranja. Ahahahahahah


Feminino vs masculino

Uma questão de visão:

Tarefa (hercúlea): passar cabos pela tubagem enterrada há uns 5  anos entre a nossa casa e o anexo.
Objectivo: conseguir passar uma guia para depois puxar os cabos para ligar a luz no anexo.
Modus operandus: seria simples mas os tubos acusam sujidade e a guia não passa, implicou abrir vários buracos no jardim para descobrir onde estava o obstáculo.
No local: Pás, enxadas, montes de terra como se tivéssemos uma praga de toupeiras gigantes no jardim.
Duração: Toda uma tarde solarenga onde eu podia ter simplesmente andado a pavonear-me com um chapéu de palha, uma sachinho e pacotes de sementes, como nas revistas ou nas novelas. Nada disso, uma infinidade de tempo a abrir buracos.
Luz ao fundo do túnel: Ao conseguir chegar com a guia ao destino final, o quadro atrás da porta de entrada, fios presos à guia, ele a empurrar fios na extremidade do cano, eu a puxar a guia no quadro. Às tantas puxo a derradeira vez e... trás... parte-se a guia e dou-me um soco por baixo do olho direito. Felizmente com pouca força ou o meu homem hoje estaria ser olhado de lado, mas o olho não ficou roxo.
Novo problema: Ele passou-se um bocadinho, como é que íamos resolver aquilo. Tanto trabalho e aquela... vá, merda, parte-se mesmo quase no final. Enfio o olho atordoado no buraco do quadro e grito:
- Está mesmo aqui, olha, chegou aqui, falta p'rái um centímetro.
Ele olha também, vejo esperança no seu olhar.
Resolvo, cheia de iniciativa:
- Vou buscar a minha pinça para o puxar?
Ele olha para mim, não responde e vai buscar um alicate. Ahahahahahaahah
Resultado final: Resolvido! Às 9 da noite estava tudo na cama, nós sem nos conseguirmos mexer!

Resposta, ou não, à Calita

Hoje falas uma vez mais nisto do versus entre o campo e a cidade nesta coisa estranha e difícil e cheia de "porquês" e "serás" que é educar os filhos.
Ora, vivendo no campo, o que posso é partilhar 2 ou 3 histórias e experiências

1 - Ouve-se um avião. Estamos na cozinha e eu digo: olha, vai um avião no céu, cheio de pessoas a viajar. Vão para onde, perguntam eles. Respondo que para qualquer sítio no mundo, talvez seja alguém a chegar ao nosso país. Remato que qualquer dia vamos todos andar de avião. Os dois mais velhos dizem em uníssono: - Pode ser à China?
Oi? Os dois? Ao mesmo tempo? Pergunto o porquê da China? Resposta óbvia: - Porque há lá lojas dos chineses... Ahahahahaah
Problema: A oferta de brinquedos numa vila pequena é muito reduzida e a loja do chinês revela-se o paraíso. De facto, quando o mais novo pediu uma guitarra nos anos foi lá que a comprámos, é o único sítio na terra que as vende...
Lado bom da questão: Se não há oferta não há grandes exigências...

2 - Já fomos a um shopping? Perguntou esta semana o filho do meio. Respondo que sim, então não, p'rái umas 3 vezes. O mais velho afirma que sim, as lojas, os carrinhos para por moedas. Ele tenta lembrar-se e pergunta se é no Mc Donald's?...
Problema: Os meus filhos entraram num shopping umas 3 ou 4 vezes. Ainda no verão no de Faro mas nem nos demorámos pois entretanto decidimos ir à Guia comer frango assado.
Lado bom da questão: Em compensação andam de bicicleta em cuecas na rua no verão, o que lhez faz muito melhor...

3 - No verão fomos ao Jardim Zoológico a Lisboa e a Quintinha do Zoo com cabras e galinhas e patos e coelhos não lhes trouxe nada de novo. São cenas que dominam e o mais velho explica-te em 3 frases como se mata um coelho ou uma galinha.

4 - Outro dia o mais velho perguntou se podemos ir à Kidzania. Claro, é só a 200 km's daqui.... Um dia destes vamos lá. E podemos efectivamente ir. Não vamos é todos os meses ou todas as férias.

Resumo: Os meus filhos são favorecidos nuns sentidos e desfavorecidos noutros. Tal como os teus. E os de todos. Às vezes questiono estar a criá-los aqui, o pai diz que sou parva. Há tempo para tudo. E é-nos muito mais fácil estar a criar os nossos filhos aqui. Não há problemas na escolha da (única) escola. Nem no trânsito. Há avós. Há comida caseira.
Não há é Kidzania, nem shoppings, nem Toys R' Us...

Eles, tudo no masculino

Faço-me zangada mas acho um piadão quando, entre Eles, os 4 homens lá de casa, ouço um "Ela" ao falarem da fofa da mãezinha, que sou eu.
ELA???? Mas ela quem? A mamã, se faz favor, a mãezinha, a mãe querida cá de casa - isto sou eu a resmungar face á cumplicidade entre eles, os 3 rapazinhos e o pai.
A resposta deles é desmancharem-se a rir e eu também.
Toda a gente pergunta se não gostava de ter uma menina lá em casa e eu respondo um firme Não. Porque adoro ter a casa cheia de rapazes, coisas minhas.

O certo é que me fascina o mundo deles onde uns dias sou rainha, outros enfermeira, outros empregada de limpeza, outros chata mas sempre, sempre mãe.

A mãe e o pai têm papéis diferentes na vida deles. Um não substitui o outro, um faz falta e o outro também. É certo que um sozinho consegue fazer muitas coisas mas a complementaridade é muito, muito importante. Especialmente quando calha bem e um de nós está de baterias mais gastas e a energia do outro vem ajudar.

Nestes papéis diferentes que temos, pelo menos lá em casa, eu sou mais mole, mas permissiva e, consequentemente, mais histérica porque eles puxam muito mais os limites comigo, os sacaninhas.
Com o pai tem dias, mas como ele é mais firme controla-os melhor. Aquela palavra, aquele olhar têm sempre mais efeito neles...

Ontem percebi isto mesmo. Aliás, já na véspera. Quando os deitámos e como eu não estaria de manhã, o pai lança o desafio: "amanhã vamos ver quem ganha, quem é o primeiro a vestir-se, comer e lavar os dentes".
Pois, pois... pensei eu, a pessoa que entre as 8 e as 9 da manhã repete repetidamente(ahahah):
- Veste-te... veste-te.... veste-te.... veste-te.... vest.... anda cá que eu visto-te...
- Lava os dentes... lava os dentes...,. leva os dentes... lav... anda cá comigo lavar os dentes...

Pois quando ontem às 9 e pouco da manhã, a beber café em Aveiras ligo ao pai, preocupada se está tudo bem, se conseguem sobreviver sem a querida e fofa da mãezinha, recebo o relatório:
- Tudo na escola, levantaram-se, vestiram-se e lavaram os dentes, em corrida, ganhou o do meio, tive só que ajudar o pequeno a vestir-se.
Os meus ricos filhos até o casaco vestiram sozinhos.

E hoje? Hoje voltámos ao mesmo. Ahahahahahah

Praça da Alegria

Hoje já dei 2 beijinhos ao João Baião e a Tânia R. Oliveira está mesmo bem mais magra.
Estava lá a Catarina com o livro da dieta das princesas, um dos câmaras é da minha terra e de repente parecia que nem tinha saído da minha terra, acho sempre que conheço toda a gente, nem que seja da televisão, ahahahahah.

Fui acompanhar a entidade empregadeira, mais uma entrevista por causa do prémio do Livro e foi, pronto, uma experiência nova.

Como é lindo viver no campo...

7h30 da manhã. Abro as portadas  de madeira e da enorme janela voltada a nascente vejo um sol lindo e maravilhoso a nascer e a sorrir-me.
Entra-me o sol inteiro pela janela e inunda a sala e ilumina-me o rosto, a alma e, de repente, da cozinha, ao fundo, percebo a brutal quantidade de pó que se abateu sobre o chão em 24 horas...
Com o caraças que ainda ontem tinha esfregado aquilo tudo com Ajax floral... Não se imagina o pó que há numa casa sem vestígios de alcatrão em muito metros...
Pó e lama, raisvospartam...

Puto

Filho do meio:
- Papá, puto é uma asneira ou um menino pequenino?
Pai:
- É um menino pequenino. (pausa...) Mas não chames isso às meninas, está bem?
Ahahahahaahh

Fada dos Dentes

A fofa, voltou esta noite lá a casa!

Gosto dela. Da ideia, da tradição, dos momentos que proporciona!

É hilariante quando o pai ata uma linha a um sapato, que deixa depois cair e ficamos meia hora todos de rabo no ar à procura do dente. Já aconteceu!

É fenomenal aquele momento deixo-não deixo que o pai me ajude a arrancar o dente preso por meio milímetro na gengiva.

Achei o máximo quando um dos colegas do do meio lhe deu um encontrão e fez saltar um dente desses, dos presos por meio milímetro, e passou a ser o amigo dentista maluco.

Fartei-me de rir com o cenário: a minha mãe a telefornar-me à meia noite quando os meus pais estavam com eles na praia e a pedir-me para lhe ditar o cartão de parabéns para enrolar uma moeda e substituir debaixo da almofada o dente que tinha escapado ao jantar com a ajuda de um bife.

Ontem o meu filho do meio perdeu o 4.º dente. Quando o fui deitar, dentinho embrulhado debaixo da almofada, aquela emoção ante a vinda da Fada e ele me diz: "Sabes, quase que a vi quando estava com os avós na praia, quer dizer, eu vi um luzinha mas tinha tanto sono que não consegui acordar..." e eu sorri a imaginar a minha mãe a entrar sorrateiramente no quarto apenas com a  luz do telemóvel a indicar-lhe a feliz almofada.

Mas o que gosto mesmo é das expressões deles de manhã. Hoje ele acordou-me com um feliz sorriso desdentado e disse: "Ela veio.... olha, e sabe o meu nome!...". E na mão um cartão a dar-lhe os parabéns e a dita moedinha.

Ficam felizes!

O mais velho, que já perdeu 6 dentes já anda desconfiado. Ontem perguntou se somos nós quem faz a troca do dente pela moeda. Eu disse que não e ele sorriu como quem diz "Estou e olho em ti, sim?!!!"

Também não me posso esquecer de um dia em que o do meio chegou a casa e insistia que queria ir jantar fora. Perguntámos se tinha dinheiro e os ombros baixaram, frustrados. O mais velho, meio avarento que é, agarradinho como só ele, que tem o dinheiro dos dentes tão bem guardado que há meses que não vejo a caixinha da Fada... bem, o mais velho chamou-o e disse: "Olha, se arrancares os dentes todos e os puseres debaixo da almofada e Fada dos Dentes troca-os por dinheiro e depois já podemos ir jantar fora...". Graças a Deus que o conselho não caiu bem ao do meio.

Quem já não acha piada a isto porque, a bem dizer, ainda não facturou nada é o mais novo. Ahahahaahh!

A cena Fada dos Dentes é gira. Esmeramo-nos ao ponto de escolher um papel diferente dos que costumamos usar, bem com o laço à volta, tudo materiais que andem pouco à vista, para não desconfiarem. Até a letra tem contornos de esmero, para não ser identificada. O cartão de ontem tinha a letra "O" em forma de coração, meio fofa, meio foleira, ao jeitinho de uma verdadeira Fada!

Venha o próximo! :)

Vai lá ver o tio, está tão bonito...

Foi o que me disse a minha tia quando, perto da meia noite de sábado, cheguei à capela.
O meu tio Zé, lindo, deitado, frio, sem vida e já sem sofrimento.
E a todos os que chegavam e que queriam dizer qualquer coisa sentida, ensaiada no carro ou já treinada de outros funerais, a quem tentava um abraço, uma lágrima, um consolo, a minha tia dizia logo: Vai lá ver o Zé, está tão bonito... Sem espaço para mais nada.
Nos últimos 7 meses a minha tia perdeu uns 30 quilos, ela é que envelheceu, mirrou, ficou mais pequena, rosto cansado, triste, amargurado. A minha tia passou todos, todos os dias, as 8 horas que o hospital lhe permitia de volta dele. Uma palavra, uma lembrança, muitas conversas, o terço diário e sempre, sempre o almoço caseiro que a comida dela é que o mimou nos últimos 40 anos e agora não seria diferente.
Sim, o meu tio Zé já morreu. Foi cedo demais, brutal demais, triste demais. Mas o saber o quanto foi amado até ao fim é uma promessa de confiança no mundo, nas pessoas.
Os meus primos, cheios de Paz, a explicar a toda a gente como a Fé dele os preparou para isto, para o fim, o quanto aprenderam com ele nestes meses, como se tivessem descoberto um outro pai, um novo homem, a dizer e a explicar a vida de uma forma natural, apesar das dores.
A família do meu pai é apelidada de "Os Poetas", herança de um avô dado à poesia tosca e tocada, de taberna. Valeu-nos o título até hoje. O tio Zé tinha um orgulho imenso nos Poetas e teve uma vida tão bonita que lhe chamaria um poema, como o que a minha tia proferia constantemente junto do marido morto, enquanto ajeitava vezes sem fim o fato, o bigode, o cabelo: olha o Zé, está tão bonito...

O lindo mundo da maternidade

Ontem:
Chegámos a casa, eles implicantes, sem regras, birra face aos tpc, ouvidos surdos a qualquer ordem. Eu louca com o cenário, paciência zero, grito como só uma mãe em dia não sabe gritar e instala-se-me uma dor no pescoço a ir para o braço. Penso que é melhor ligar ao homem, que se despache antes que me dê o treco. Acabo por ligar, não pelo treco mas pela promessa de uma semana de castigo, o pai está a ouvir e concorda, vejam lá a vossa vida (ao que uma pessoa chega). Birra com a sopa, olhos em lágrimas ante a escova de dentes, juro que até as almofadas tinham qualquer problema, santa implicância. Foram para a cama já passava bem das nove, até as brincadeiras do pai, que adoram, lhes faziam impressão, eu doida por deitá-los e por me sentar um bocadinho. Ainda comento com o homem que a adolescência deles vai ser muito complicada para mim. Ele sossega-me, não chego a chorar. Assim que me sento adormeço automaticamente que nem o Conan me manteve os olhos abertos.

Hoje:
Chegámos a casa, vou à rua buscar lenha e quando entro estão sentados a fazer tpc (what?). Acabam tpc, digo para subirem para o banho, o que fazem alegremente, em corridas e jogo do apanha, uma delícia de meninos. Os 3 no banho, música dos anos 80 a tocar no rádio, dançam, esfregam-se, e saem um a um sem as birras do "primeiro ele, ontem fui o primeiro a sair". Roupinha para cada um, uma secadela no cabelo, voltam a sair ordeiramente e descem para jantar. Quando descem os 3 vou para desligar a música mas começo a dançar e foram 3 músicas non-stop a dançar feita louca-mas no bom sentido- no wc, uns 15 minutos de ginástica que nos anos 80 as musicas nunca mais acabavam. Fico com dor de burro (sabem, aquela na barriga, quando não estamos habituados a muita ginástica), desço com a mão a apertar os abdominais (ahahahah) tal a dor, mas feliz.
Termino o jantar deles, faço o nosso e, pasmem, o almoço do dia seguinte, por sinal uma feijoada de feijão branco, pouca carne, muitos cogumelos dos verdadeiros que uma senhora conhecedora oferece todos os anos ao meu sogro. Tachos com duas refeições ao lume, dou-lhes o jantar, comem, 10 minutos de bonecos na tv e pedem para ir para a cama, que se está lá melhor. Passava pouco das 8 da noite e estava tudo deitadinho (what?).
Há ainda um pedido de leite, uma conversa sobre o dia anterior, se a mãe é chata, que não, que têm que ouvir quando falo, que há deveres e só depois prazeres para facilitar a vida de todos. Sorrisos, beijinhos, desço e acabo as refeições, arrumo a cozinha e espero o homem que ainda está no trabalho.

Várias conclusões e possibilidades:
- Pensaram que agiram mal (ahahahaah) ontem e hoje atinaram;
- Ter filhos é não ter rotina, mesmo quando as há;
- O meu signo hoje está numa boa casa astral;
- Ter filhos é viver num estado bipolar constante;
- A maternidade é como a própria vida, com caminhos sinuosos, outras vezes em linha recta. Tão bonito, isto! Ahahahahah

A minha terra é liiiindaaaaa!

Uma pessoa até tenta ser humilde e não anda a apregoar aos sete ventos que vive no melhor sítio do mundo, excepto alguns males de terras pequenas, de resto tudo de bom, mas agora tenho mesmo que partilhar:

Há 1 ano e pouco a Câmara editou um livro, mas não é um livro qualquer, é uma Carta Gastronómica chamada "À Mesa em Mação" repleta de receitas maravilhosas e antigas que foram recolhidas junto da população mais antiga, terra a terra, quase 90 localidades. Participei (ao de leve) neste projecto e gosto mesmo muito dele.
Posto isto, dizer-vos que na semana passada a Academia Internacional de Gastronomia reuniu em Paris e atribuiu os "óscares" das Gastronomia Mundial sendo que vieram 2 prémios para Portugal, um deles para o nosso livro. Ganhámos o Prix de la Littérature Gastronomique, pela profundidade do estudo gastronómico-social-antropológico de grande valor científico e cultural.
A loucura!
Vejam tudo aqui!


Entretanto, se pensarem mas que terra é esta, onde é que isto fica, ai quero tanto ir lá (quem nunca foi, claro!). No programa "Isto é Matemática" está explicadinho porque é que Mação é o Centro do universo, ou do País, vá... :)



Beijos!