Para quando um subsídio

... para pais cujos filhos recebem 5950 convites de aniversário por semana?

É que, parecendo que não, gasta-se nestas tretas festas uma pequena fortuna.

Só no próximo fim-de semana os meus filhos mais velhos têm, entre os 2, SEIS festas de aniversário. Atenção que o mais novo ainda não entrou nesta correria louca que é ter uma vida social activa.

Gastando uma média de 10 a 15 euros por prenda, é fazer as contas...
Não acham que merecíamos um subsídio?

O lado bom é o treino. Quando as pessoas me dizem: "Ai c'horror como é que vão pagar universidade aos 3 praticamente ao mesmo tempo?" Eu respondo: "Deixam de ir a festas de anos e já dá para as propinas..."

É muito, nem sei que vos diga. Há meses em que passa de 100 euros de investimento em prendas... este mês É um desses!

Esta chuva e eu

A chuva que se instalou nos últimos dias, além de me desarrumar o closet e o sistema nervoso, tem coisas boas:
Rega as babatas que pusemos há coisa de 2 semanas. Amolece a terra que precisa ser cavada para mais uns metros de relva no jardim e rega e faz germinar a relva que já semeámos.
Precisava só de uma pausa pequenina hoje ao fim do dia para poder plantar as cebolas que estão num alguidar desde domingo à espera de uma aberta, sim?!!!
Obrigada!

Moçambique...

Ontem adormeci a pensar que o meu homem foi lá nascer e os meus filhos bem que podiam ir lá crescer. Haverá assim um hiato que se fecha entre duas gerações - pai e filhos - e todos voltam ao sítio onde pertencem. Até eu sinto, às vezes, que sou um bocadinho de lá, que tenho saudades de um sítio onde nunca estive..

Posto isto, está tudo em aberto. Creio até que poderá ser o próprio pais a dizer-nos: "venham". E nós vamos. Não vamos, amor? Sim, acaba por ser um convite. Uma ideia. Um plano sem ser planeado, pelo menos para já.

Uma possibilidade em aberto. Ainda que nunca tenhamos falado nisso abertamente.

Pelo sim, pelo não, é altura de pegar no tecido que a minha amiga P. me trouxe de lá e fazer um vestido. Nem que seja para umas férias, vá! :)

O Príncipe das Marés

Vi este fim-de-semana.
Nun-ca tinha visto. Conhecia o título há anos, mas NUN-CA tinha visto.
Como é possível?
Absolutamente maravilhoso. Que filme. QUE FILME!
Não sei se escapou algum pormenor da personalidade humana neste filme. Entrou, assim, de rompante, no top dos meus filmes preferidos.
Muito, muito BOM!

Já viram? Sou a única pessoa que não tinha visto? Se não viram, vejam. A sério. É surpreendente!
Um  achado!

Deixo o trailer que não consegue levantar uma pontinha da profundidade do filme:

Amo

vê-los a lamber cada milímetro do meu álbum de miúda. Riem, sorriem, perguntam: quem, o quê, onde, quando e.... o grande porquê? "Porque é que é papá não está aqui???" Ahahahahaah
Amo vê-los entusiasmados com as minhas primeiras memórias e amo ainda mais que achem que nós, os pais, estivemos sempre juntos.

E explico-lhes que quando eu nasci o pai já tinha os pelos do bigode a aparecer e já andava a piscar o olho às miúdas, já estava a viver num país diferente daquele em que nasceu, já tinha (sobre)vivido a uma guerra e já andava a acabar o 1.º ciclo. As memórias do pai são mais antigas do que as minhas e têm 8500 km's de distância.
Apesar disto tudo eles não percebem porque é que o pai não aparece no meu álbum de criança.
Amo!

Filharada

Ao ler o post da Calita sorri por já ter pensado o mesmo: às vezes uma pessoa pensa que são filhos demais, e não são. Nunca são. Eu vou sempre pensar que tenho filhos a menos e toda a gente que me conhece sabe isso. Não é que tenha vindo ao mundo para ter filhos que é a melhor coisa que faço. Não, não é. Mas é tão bom caraças. TÃO BOM!
Apesar dos cheliques e stresses de certos dias, como aconteceu à Calita com 2 no Hospital no mesmo dia, mais as preocupações, o sufoco e a desmultiplicação, apesar de tudo, é absolutamente maravilhoso ter filhos. Não imagino o que seria ter tido apenas um, ou dois. Imagino, sim, muitas vezes, como seria bom ter mais um, ou dois... É por isso que penso muitas vezes no gémeo que perdemos, no como teria sido bom...
Não é um lugar comum dizer que eles nos ensinam tanto, não é. É real. Não é um lugar comum dizer que somos muito ricos, não é. É real. Não é um lugar comum dizer que o amor se multiplica, se expande, não é. É real.
É que cada um é tão especial, tão diferente, tão maravilhoso, tão único, tão ser humano... Ter filhos é gerar, criar, orientar seres humanos.
Mesmo os dias em que achamos que estamos a fazer alguma coisa mal, são bons dias. São dias de crescimento, de evolução. Nossa. Deles. Da raça humana.
Ter filhos é também uma responsabilidade do caraças. Não percebo como há, no mundo, quem faça mal a crianças. Juro que não percebo. Se penso nisso fico doente, agoniada. E depois custa-me que haja quem não consiga gerar um filho e queira muito. Estas contradições naturais, apesar de tão anti natura, custam-me. Fazem-me questionar os porquês do universo. Por outro lado, acho a adopção um bem enorme, em que se juntam corações carentes com corações cheios de amor para dar. É como uma segunda oportunidade, pessoas que se encontram porque tinha que ser e, se calhar é aí que está a lógica do universo, promover esse encontro. Embora acredite que custe.
Fomos muito abençoados com os nossos 3 filhos e há dias em que os nossos corações ficam muito cheios, plenos de tudo o que é sentimento bom neste mundo. Volta e meia falamos sobre ter mais. Falamos, "ai e se...", recuamos, sorrimos e contornamos a questão, sem a dar por encerrada. Não sei se é só um adiar ou se já temos a prole final. Não sei, não sabemos. Sei que se tivéssemos mais dinheiro era uma certeza e custa-me ser apenas esse o factor determinante. Que acaba por ser só esse. Mas outro dia enquanto lava a loiça estava a pensar que se fosse por fazer contas não sei se tínhamos tido filhos, aahahahahahah.
Depois há o facto de o mais novo já ter 4 anos e entretanto há coisas que já fazemos os 5 e há rotinas novas e giras e um ou dois bebés vinham mudar tudo outra vez. Mas também não seria por aí, porque eles crescem, é uma coisa boa que os filhos têm. Crescem. E é todo um processo maravilhoso.

Um dia destes temos mesmo que definir um plano. Tendo em conta a minha idade, temos 4 anos para ter mais filhos ou fazer um projecto de jovem agricultor. É uma questão a pensar!... Ahahahaahah

Viver em modo rural

Esta semana vi um artigo que apresentava várias soluções para férias ecológicas, passando praticamente todas por casas de madeira.
Vivemos numa casa de madeira. Tem metade do r/c em tijolo forrado a pedra mas o resto é de madeira. Era um sonho comum, das primeiras coisas de que falámos quando começámos a namorar. Foi isso e ter 3 filhos.
Adoramos viver na nossa casa, é realmente diferente, muito confortável, muito acolhedora, muito tudo. Peca talvez pela necessidade de limpeza. Estão a ver quando limpam o pó dos móveis. aqui acrescem as paredes, ahahahahahah.
lia eu nesse artigo que se procura cada vez mais fazer férias em locais como o nosso, no meio do nada, nós a natureza, numa simpática casa de madeira. Vi os preços e constatei algo que me fez elaborar um plano: Se começarmos a passar os fins-de-semana em casa dos nossos pais e alugarmos a nossa casa ao fim-de-semana um de nós, pelo menos, pode deixar de trabalhar. Ahahahahahah
É ou não é um raio de um plano?
Se não me fizesse um bocadinho de impressão ter estranhos na minha cozinha, no meu sofá, na minha cama e até na minha sanita, era um bom negócio, parece-me. Mas sou uma esquisita, o que é que querem! Ahahahahah

De pequenino... se sofre por amor...

Já aqui disse que o meu filho do meio tem uma namorada que, apesar de viver em Coimbra e só se verem umas 2 vezes por ano, o deixa de meter dó com tanto que pensa nela... de tão apaixonado...
A última vez que a viu foi no batizado da minha sobrinha  em Março, desde então tem uma foto dos dois, lindos de morrer, no tablet dele. Já fez um postalinho com coração vermelhos a formar um coração maior para lhe mandar. Avisa a família que tem que ir ao aniversário dele que ela vem e é altura de a conhecerem...
Suspira, fala nela, não têm noção. E é muito, muito fiel, não há miúda na escola que lhe suscite o mínimo interesse...
Outro dia disse-me assim: - A "R." deve chorar com saudades minhas, tão giro que eu estava no batizado... Ahahahahahaah

Mas não para por aqui, que a criança sofre de amor e de saudades...

Ontem, em casa dos meus pais, voltou-se para a minha mãe e perguntou:
- Com quantos anos te apaixonaste pelo avô?
Ela respondeu:
- Com 17 anos...
E ele, num prolongado suspiro, disse:
- Eu apaixonei-me aos 5...
E saiu, pensativo, sem esperar resposta, com o coração apertado e a cabeça na R....

Não é tão lindo???
O pai só diz: "o que este rapaz vai sofrer com as miúdas..."


Educar pelo exemplo...

O meu filho mais novo adora desenhar nas mãos. Faz relógios e o que lhe dá na real gana. É apanhar-nos distraídos.
Quando vemos o resultado lá vem a conversa:
- É feio, vamos lavar.
Ontem tinha que comprar chá e café. Para não me esquecer escrevi na mão, a vermelho, duas letras "C".
Já em casa ele viu e perguntou:
- O que é isso?
Expliquei e tive de resposta:
- E quando lavas isso?

Ahahahahahahahahahahah

A mãe aos olhos dos filhos

O meu filho mais velho ficou em casa no início desta semana com febre e mau estar na barriga. Sempre que um deles fica em casa vou à escola buscar os TPC e ver o que andam a fazer, para não atrasar. Fi-lo a semana passada com o do meio e esta semana com o mais velho.
A professora disse para fazer umas fichas de matemática e o texto e ficha de português sobre o Dia da Mãe.
Leu, respondeu às perguntas e, no final, tinha que escrever um texto sobre a mãe. O dele dizia assim:
- A minha mãe é muito divertida;
- Gosto do cabelo da minha mãe;
- A minha mãe gosta de arrumar a casa.
- Gosto muito da minha mãe.

Vamos decompor e analisar o texto:

- A minha mãe é muito divertida - Confirmadíssimo, obviamente! ahahahah
- Gosto do cabelo da minha mãe - Pois claro, com a devida vénia à genética!
- A minha mãe gosta de arrumar a casa - Ahahahahahahahahahahahahahah. Até me dói a barriga de rir. Quando li isto disse logo: "Deixa aí o livro aberto para o papá ler", Ahahahahahahah
- Gosto muito da minha mãe - Pois gosta, é recíproco, mágico e imortal!

Vou apenas referir novamente o ponto 3 para tecer uma consideração: aquilo que eles me veem a  fazer em casa não representa o que mais gosto de fazer, como se pode perceber... À noite até falámos sobre isto, sobre o tempo que se gasta em casa a fazer de tudo menos o que nos dá real prazer. Não tenho tempo para me sentar no sofá a ler, a escrever ou dedicada a um qualquer projecto giro enquanto eles brincam ali ao lado. Não, o que acontece é dizer "vão para o quarto enquanto aspiro a  sala" ou vice-versa. O tempo que consigo dedicar ao que gosto mais de fazer acaba por ser quando já estão a  dormir e estico o serão, mas isso eles já não veem.
Há coisas em mim, ou de mim, que eles ainda não conhecem. Que vão acabar por conhecer ao longo da vida mas agora ainda não.
O lado bom da questão é que o meu filho me acha uma fada do lar, o que é sempre bom, ahahahahahaah

Chá Verde

Começo a ter uma relação muito próxima com o wc. Se calhar mudo-me para lá.
Compensa o facto de me levantar tantas vezes para lá ir que já tenho as pernas mais tonificadas. É um chá que faz bem a tudo!

Aberta a época das saladas

Foi hoje.
Uma salada de atum e milho e tudo de bom.

Nesta altura os nossos almoços (kids-free) baseiam-se muito em saladas. Ele gosta e eu, além de gostar, faz-me bem.
O meu único problema, por vezes, é a criatividade. Quando há restos de frango, faço salada de frango. Hoje, por exemplo, usei uma lata de atum. E que mais?
É que em relação aos vegetais é fácil, passa muito pela base alface/tomate, cenoura ralada, couve branca ou roxa cortada fininha, milho, queijo fresco, ervas a enfeitar e assim. Mas aquele elemento que faça lembrar que ao almoço se come carne ou peixe... o que usam?

Paz

- Os meus filhos febris( 1 na semana passada e 2 nesta) estão melhorzinhos, em havendo muito barulho e confusão de manhã é bom sinal, certo?!!!
- O meu avô, há uma semana no Hospital (mal ao ponto de a minha avó me dizer há uns dias "já não temos avô" e o que doeu...), teve hoje alta, aquela cabeça, ainda que o corpo pare todo (tem Parkinson), aquela cabeça deve andar sempre a 1000 à hora e a teimosia tão sua característica não o deixa parar! É bom ser teimoso, sabiam?!
- A minha prima recebeu o livrinho de memórias do Avô Zé para a filha dela, o livro chama-se mesmo "O Meu Avô Zé", fi-lo de uma ponta á outra com a história que sei da vida do meu tio e deixei umas páginas para a minha tia e prima preencherem. A Marta tem 2 anos, é muito injusto que não cresça com o avô que era fascinado por ela. Fazer o livrinho deu-me muita Paz, a minha tia e prima amaram a prenda, a memória, a recordação. E isso é bom! Muito bom!

Quando eu falava no outro post do tal jeito, ou dom, o meu é este, romancear memórias de vida, em livros pequenos e tranquilizantes que permitam às famílias preservar histórias e memórias. Se eu pudesse fazia só isso...

Hoje está-se assim, por aqui. :)

Cenas misteriosas

Tenho uma agenda na minha mala. Está lá. Adorava fazer resumos diários, ou simplesmente assinalar coisas boas de dias bons. Feitos. Curiosidades. Parvoíces. Histórias. O que fosse.
Mas uso-a muito raramente, o que é parvo. Ainda assim é o sítio da minha mala em que guardo coisas importantes. Bilhetes vários com rabiscos, ideias, números de telefone, moradas, etc...
A agenda anda sempre na minha mala apesar de quase nunca me fazer falta. Ontem, ao arrumar umas coisas tirei a agenda.
Hoje, imediatamente no dia consecutivo logo a seguir ao dito, precisei de uma morada E de um e-mail que estavam... na agenda, pois claro.
Já está tudo tratado mas isto faz-me pensar nestas coisas sem explicação a que chamo cenas misteriosas. C'o caneco!

Histórias de amor

O meu tio Zé, na última vez que o vi com vida, contou-me de uma parte da família que só ele conhecia, talvez por ser o mais velho dos irmãos e ter mais memórias, além do dom natural de gostar de pessoas. Essa parte da família tem um sobrenome que nós perdemos na história da descendência por ser herança da minha bisavó e as mulheres perdem naturalmente os sobrenomes para os homens.
Quando o meu tio morreu uma prima dessa parte da família que o conhecia bem quis juntar e conhecer o resto, os outros.
No sábado tivémos então um almoço de família em que, tirando os meus tios e primos direitos, eu não conhecia mais ninguém, aparte de uns amigos dos meus sogros que, vai-se a ver, também pertencem a essa família.
O ponto a reter deste almoço, e que tenho que explorar melhor, será o facto de a minha tetravó ser cigana e ter fugido do Redondo para aqui quando conheceu o rapaz por que se apaixonou, que tinha ido daqui para a ceifa no Alentejo. Diz que se apaixonaram e que quando acabou o trabalho ela fugiu com ele, que a trouxe no comboio, às escondidas, dentro de uma saca. Contam que se davam muito bem, que a população local a aceitou no seu seio, que era boa dona-de-casa e isso é que interessava. Diz que foram felizes e tiveram filhos e se aqui estou também o devo a eles. Falamos de um romance digno desse nome na segunda metade do século 19.
Destaque para a minha mãe que não pára de apontar os meus traços físicos quase puros que devo ter recebido da minha tetravó... Ahahahahahahah

No almoço vi também o que já sabia, a minha tia B. não se conforma por ter perdido o meu tio tão cedo. E chora e diz mal da médica que a quer encher de comprimidos, que não, que quer viver e sentir as coisas. Fala dele, da injustiça da doença, da rasteira da vida, da vida que lhes foi roubado, aos dois, pois sem querer romancear, é um facto que a ela lhe morreu um bocado. A minha tia diz que a tentam confortar, que tem os filhos e a neta mas isso revolta-a. Que os tem, sim, graças a Deus, mas não substituem o homem da sua vida. Acho lindo, comovi-me imenso.
Quando saiu, antes de todos nós, mais o que ele havia de ter gostado de ali estar, a última frase que me disse foi que "sofre por amor" e eu só consigo pensar como isto é bonito, neste mundo de relações ocas. Não consigo explicar-vos como pode um sentimento tão triste ser ao mesmo tempo tão bonito.

Hoje comemoramos, o R. e eu, 8 anos desde que nos casámos. Casámos pelo civil, sem festas, vestido de noiva e o sim no altar com a família toda a assistir enquanto pronunciamos "até que a morte nos separe"...
Casámos só os dois, sem mais ninguém a ver, foi quase segredo, uma coisa só nossa. Foi um dos dias mais cheios de sentido da minha vida. Tudo bateu certo, foi como validar a melhor opção de uma vida. Ao ponto de às vezes me questionar por tamanha sorte. Eu gosto de romances, de histórias de amor bonitas, gosto de ouvir, de contar, que me emocionem. Mas gosto ainda mais de o sentir. Todos os dias. Faz hoje 8 anos que fiz a coisa com mais sentido da minha vida. E que me faz acreditar um bocadinho no destino, no está escrito.

A minha tia B. dizia-me este fim-de-semana: "nós discutiamos muito, ele lá tinha os defeitos dele e eu os meus, mas estávamos sempre juntos. Não pensei que fosse sofrer tanto, não percebo...".
Eu percebo! O "até que a morte nos separe", é uma tremenda mentira pois nem a morte, juro, nem a morte pode separar o amor de uma vida...