Cancro da mama

Hoje é dia de alerta para a sua prevenção.
É um dos meus maiores medos. Levou-me a minha avó paterna. Lembro-me dos últimos dias dela como se fosse ontem e já passaram quase 20 anos.

O cancro, esse bicho no geral, assusta-me muito, penso que a todos, mas a história da minha família é muito esta, tem sido só esta...
Levou-me a avó, antes levou-me o avô que não conheci, o pai que o meu pai mal conheceu.
Já levou dois irmãos da minha avó materna e outro está, neste momento, a lutar com um que deverá levar ao amputamento de um braço.
Também neste momento o irmão mais velho do meu pai está a lutar com vários, que espalhou tanto e nem a fonte conseguem encontrar... e foi tudo tão rápido e tem sido tão terrível... a minha tia tem sido um herói e há sempre a questão, válida, de que ninguém merece passar por isto... este meu tio não merecia de certeza.
Assim, a cru, tem sido esta a nossa história familiar...

Hoje ao ver o alerta da prevenção pensei nisto, e em como tenho mesmo que estar alerta. Há 2 ou 3 anos pedi ao meu médico para fazer mamografia, ele disse que ainda era cedo. Não acho que com este historial alguma vez seja cedo... Vou marcar consulta e pedir novamente. Desta vez não aceito recusa.

Vamos todas estar alerta?


35 anos de mim

1978 - Nasci no dia 28 de Outubro depois de um parto muito difícil num hospital do interior, com um médico alcoolizado. Era um bebé grande de uma mãe de 20 anos com 1,50m. Consta que quase morremos as duas, tentaram ventosas mas não colavam porque eu tinha muito cabelo e um nhanha esquisita fruto de quase 10 meses de gestação. Saí finalmente com a ajuda dos ferros que me puxaram pelas orelhas. Levei uma valente palmada até que berrei ao mundo.
1979 - Comecei a andar e a falar (e nunca mais me calei) :)
1980 -  A minha mãe abriu uma mercearia da qual só recordo a prateleira das caixas de cerelac.
1981 - A minha mãe perdeu um bebé. Fechou a mercearia.
1982 - Nasceu a minha irmã. O meu avô abriu um café onde a minha mãe trabalhou muitos anos e onde fomos praticamente criadas.
1983 - Entrei na Escola Primária.
1984 - Chumbei na 2.ª classe e não estava à espera mas o professor argumentou que por entrar com 5 anos não estava desenvolvida. Lembro-me do choque ao ler a carta das notas.
1985 - Chegaram à conclusão que o meu primo N. não era só um bebé muito calmo, tinha paralesia cerebral. Viviamos todos juntos, era o 4.º neto, único rapaz, filho do meu tio que sonhava ter um rapaz. Hoje tem quase 30 anos, não consegue andar sem apoio, não se equilibra mas é extremamente alegre e sociável e sabe tudo o que é música pimba!
1986 - Parti um dente da frente, de baixo, o que me marcou o sorriso e o ego por muitos anos.
1987 - Fui a Fátima numa excursão da catequese. Levei 100 escudos para comprar um gelado. Quando comprei o corneto de morango deram-me troco de 1000 escudos. Fiquei nervosa com o engano no troco e no autocarro um miúdo passou o tempo a dizer que o morango dos gelados era sangue de rato. Com os nervos e o enjoo não comi gelados de morango até há coisa de 2 ou 3 anos...
1988 - Entrei no ensino Preparatório. Fiquei menstruada.
1989 - A minha irmã foi atropelada à minha frente. Quase perdeu um pé. Quase morreu. Esteve mais de 3 meses em Lisboa com a minha mãe a recuperar na Estefânia. A minha mãe ganhou peso que nunca mais perdeu. A minha irmã ganhou uma força enorme e, parecendo frágil, é muito mais forte do que eu!
1990 - Começámos a passar férias na Foz do Arelho porque os ares eram bons para a minha irmã. Não faziamos praia antes.
1991 - O cinema na minha terra reabriu e passaram o Cinema Paraíso. Foi a minha estreia no cinema e o filme invadiu-me os poros todos do corpo. É o filme da minha vida. No final do filme, quando o Toto volta para o funeral do Alfredo e não reconhece os rostos envelhecidos chorei (e choro) baba e ranho e prometi qua nunca havia de deixar a minha terra.
1992 - Participei num programa OTL do IPJ no Lar da minha terra e adorei por demais. A seguir a minha mãe teve duas propostas de emprego e aconselhei-a a escolher o Lar. A minha mãe tirou a carta e a nossa vida melhorou bastante (vivemos a 1,5km's da vila).
1993 - Gravei o Top Gun e vi a cassete todos os dias, mas todos mesmo, nas férias de verão...
1994 - Morreu a minha avó paterna, com cancro no peito. Foi a 1.ª vez que vi o meu pai chorar. Ela fez-nos uma falta enorme, era alegre, vivaça, muito esperta. Ensinou-me a lavar loiça "primeiro são sempre os copos".
1995 - Passei para o Secundário, não houve Humanidades na minha terra, fui para a cidade mais próxima, para Comunicação. Ficava toda a semana numa residência de estudantes e vinha a casa ao fim-de-semana.
1996 - Trabalhei nas férias e com o dinheiro pus finalmente uma prótese onde parti o dente. Tirei a carta. Fiz o Crisma e comecei a dar catequese.
1997 - Comecei a trabalhar no jornal da terra. Pintei o cabelo e jurei que nunca mais...
1998 - Entrei para Sociologia, no Iscte. Fiquei uns meses a viver com a minha madrinha. Conheci a Gralha no 1.º dia de aulas.
1999 - Entrei na Residência de Estudantes na Andrade Corvo e fiquei com Lisboa à porta de casa. Fiz um estágio como Jornalista em Castelo Branco, passava 4 dias em Lisboa e 3 cá. Nesses 3 ia ao estágio e trabalhava no jornal da terra. Fiz aplicação para a Carteira de Jornalista.
2000 - Recebi a Carteira Profissional de Jornalista e o meu avô comoveu-se. Fui para Bruxelas fazer Erasmus.
2001 - Fui a Londres, a Paris e a Bruges e decidi que havia de passar a lua-de-mel em Bruges (ainda não tivémos lua-de-mel...).
2002 - Conheci o meu marido. Quando vi aquele ar reservado, o cabelo comprido e o casaco castanho de pele desgastado, todo aquele ar de estrangeiro pensei: "obrigado meu Deus", mas afinal estava... vá, ocupado.Comecei a trabalhar no sítio onde ainda trabalho.
2003 - Dei aulas de EMRC (Moral), mantive o outro emprego. Fartei-me de ganhar dinheiro. Comprei o meu 1.º carro, ofereci viagem aos Açores aos meus pais, pelas bodas de prata e não juntei um tostão.
2004 - Casou a minha melhor amiga de infância e foi como se fosse uma irmã. Fiz uma formação de criação de sites. O formador era o o tal estrangeiro que por acaso também era meu colega de trabalho e entretanto já estava desocupado. Passei a ter mais problemas informáticos no trabalho... Na véspera da passagem de ano fiz 150 vezes o caminha para casa, voltei sempre atrás a ganhar coragem para o convidar para a passagem de ano. Acabei por lhe deixar um bilhete no carro e fiz muito bem!
2005 - Apaixonei-me completamente pelo meu marido. Começámos a namorar, fomos para Marrocos 18 dias de carro. Voltámos e decidimos ter um filho. Engravidei.
2006 - Nasceu o meu filho mais velho!
2007 - Nasceu o meu filho do meio!
2008 - Começámos finalmente a construir a nossa casa de sonho!
2009 - Engravidei de gémeos e fiquei loucamente feliz. Perdi um dos gémeos. Vivi um sufoco enorme com medo de perder o outro. Comi este mundo e o outro, cheguei e passei dos 100 kg's.
2010 - Nasceu BEM o meu filho mais novo! Mudámo-nos para a casa nova.
2011 - Cheguei aos 68 kg's.
2012 - Comecei o blog Ouvir Dizer que é o projecto da minha vida. Parei-o porque me propuseram um trabalho, exactamente baseado nesse blog.
2013 - Foi lançado o livro que comecei no ano anterior e foi muito bom. Nasceu a minha sobrinha. Comprei a Maria Vitória e comecei este blog.

Faço 35 anos e sou muito grata e feliz! Estou ansiosa por este ano!
Trinta e cinco soa mesmo bem, não é?!!!
:)


O Pinga Amor!

O meu filho do meio tem uma namorada chamada Rita, 1 ano mais velha (ou seja, já sabe ler), de Coimbra.
Tudo aconteceu no verão. Fomos comer um frango à festa de verão da aldeia do meu pai e a minha irmã levou um casal de amigos, de Coimbra, que a tinham vindo visitar.
Em menos de meia hora o filho do meio e a menina já andavam de mão dada. Os amigos do meu só diziam: - "Ah! Olha o gajo!...". Tudo delirava com a capacidade de sedução do rapaz.

Até o meu marido, que não aprecia estas festas, desfrutou a festa dado o cenário de romance. Isto foi em Julho, nunca mais se viram.

Hoje a minha irmã ia a Coimbra e sabem o que ele fez?

Mandou-lhe uma carta. Sabem como?
Primeiro sentou-se quieto com o seu melhor sorriso, imóvel mesmo, enquanto o irmão mais velho o desenhava. Depois disse ao irmão mais velho para pintar o desenho. E por fim disse ao irmão mais velho para escrever: "Um beijinho para a Rita".

Sim, engata as miúdas e o irmão é que tem o trabalho!!!! Ahahahahaah

Então, Primark?

A minha irmã hoje foi à Primark de Coimbra e o meu futuro blusão não constava... Atão, senhores?

Irá novamente dia 31, faço anos a 28, dou-lhes 3 dias para disponibilizarem o casaquinho, sim???

Obrigada!
A dona da mota (que precisa do blusão!)

Questionar

Não fui educada para questionar. Talvez porque também não venha de uma família com grande história revolucionária, mais de trabalhadora-acomodada.
O não questionar é exactamente uma característica de se ser acomodado, de soltar um "é assim, mas podia ser pior", um encolher os ombros e não reclamar.

Apercebi-me muito disto depois de casar. Primeiro porque o meu marido aponta o que não gosta, questiona, pensa nas situações, vê as várias perspectivas. Quando me falava de uma situação que não gostava eu, de início, ficava muito ofendida, por vezes defensiva. Quando eu argumentava que também havia isto ou aquilo de que eu não gostava ele respondia que eu só tinha que o dizer, que falar, para chegarmos a consenso.
Outro dia já comentou que estou melhor neste campo, vá lá! Há esperança! :)
Apesar de os opostos se complementarem, há muitas coisas que foram, e vão, sendo ajustadas e que nos permitem viver melhor a dois.

Estou entretanto numa formação em que um dos módulos é Igualdade de Género. Dou por mim a ver exemplos de mulheres fantásticas que, um século ou mais ante de mim, questionaram, lutaram, procuraram os seus direitos.
Para quem até tem uma licenciatura em Sociologia no reputado ISCTE, há todo um novo mundo que se abre para mim. (Gralha, vias-me nas aulas, não vias? Eu tenho a certeza que estava lá quando estudámos estas temáticas...).
A vida de mulheres como Carolina Beatriz Ângelo são tão inspiradoras... Sendo viúva e vendo que a primeira lei eleitoral da República Portuguesa reconhecia o direito de votar aos «cidadãos portugueses com mais de 21 anos, que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família», assumiu-se como chefe de família, que era, e conseguiu ir votar. Claro que a Lei foi alterada no ano seguinte, mas ela questionou os do seu tempo e conseguiu agitar a sociedade.
Esta força, este procurar a sua firmação, os seus direitos... é impressionante.

Claro que nasci com muitos direitos assegurados mas.... há tanto o que questionar... Tenho mesmo que pensar nisto...

Obrigatório ter saudades da mãe, ok?

Comecei na semana passada uma formação que vai até final de novembro e que me (nos) retira 3 a 4 serões em família por semana, assim como alguns sábados.
Esta semana os meninos já se manifestaram sobre o facto de ficarem em casa apenas com o pai.

Tão fofos, não é?

Quando digo que já se manifestam deveria ser porque quando saio eles reclamam, ou mesmo choram ou gritam: - Não váááááássssss.

Pois...

O meu filho do meio disse há 2 dias:

- Foi tão fixe não estares em casa, jogámos playstation de semana sem tu gritares que está na hora de ir para a cama...

Oi?!!!!

Não é de uma pessoa se comover?!!! Ingratos!!! Ahahahahaahah

Por causa disto hoje vou faltar à formação, para eles perceberem como é bom ter a mãe em casa!!!

A bem da verdade, o pai manda-os cedo para a cama!




Não são prendas, são necessidades! #2

Agora que a corrida entrou na minha vida, ahahahahah, sou tão optimista, é altura de comprar uns ténis. Primeiro porque ainda não encontrei os meus, depois porque a Gralha diz que é melhor usar calçado adequado, por fim, porque do que me lembro dos meus já estão a querer cortar em cima, estão meio estragados, portanto. (Será que já os mandei para o lixo?!!! Hum... acho que não..).

Posto isto, eis mais uma necessidade que tenho, para dar ideias às minhas pessoas que, não sendo obrigadas, me vão oferecer prendas pelo aniversário (bolas, só faltam 5 dias!!!).

Pois que preciso MESMO de uns ténis. Não percebo nada da área, mas tendo em conta o terreno em que corro penso que ficaria bem com estes:




















Algumas considerações finais:
- Odeio calçado desportivo, excepto quando usado para praticar desporto. É coisa que não me entra nos pés no dia-a-dia;
- Gosto destes pois parecem meio botas (e também me vão dar jeito no quintal ao fim-de-semana, parece-me);
- Chamam-se Skechers BRAVOS e uns ténis, para serem meus, têm que ser bravos! Ahahahahahahah
- Custam 59,99 € na Sport Zone.

De nada!