Várias vidas numa

Esta semana os mais velhos, já de férias ficaram nos meus sogros. Preferiram faltar às actividades de verão em que estão inscritos para usufruir da piscina. Estão a ver o tempo que tem feito? O que vale é que levaram livros, têm recitado o Capuchinho Vermelho à avó que está impressionada com as respectivas capacidades de leitura. Vamos busca-los amanhã porque sexta rumam a Lisboa.
O mais novo quis vir connosco, ainda tem escola. Ontem e hoje dorme nos meus pais aproveitando as folgas da minha mãe e o facto de estarmos, os pais, com horários meio loucos.
Sábado chegámos à cama às 4h00, domingo às 6h00. Às 5 e pouco chamei o homem à porta da cozinha pois já era dia e vimos, como é bonito o amanhecer no campo.
Segunda fizemos pausa e terça, que já era esta manhã, fomos à cama das 7h30 às 9h00.
E porquê? Projectos, trabalho. Coisas dele, nossas, minhas, coisas que nos dão na gana e que fazemos, além do nosso dia de trabalho "normal" e da nossa família. Temos esta ajuda, mais que preciosa, dos nossos pais e de vez em quando é possível.
Eu não seria assim se não fosse ele. Mas até gosto. É preciso fazer-mo-nos à vida. Quando tudo isto acalmar, daqui a uma semana e pouco vêm as férias, a praia, a areia, o mar, a família sem pausas, com tempo. A seguir, tudo volta ao normal. São fases.
Nestas fases sentimos mesmo que vivemos várias vidas numa, mas é bom ter um homem/companheiro/sócio/amigo/com a mania que é chefe(ahahahaah) como este meu.
Penso que a receita de um bom casamento passa por isto, viver várias vidas numa. A sério, quem é que precisa/tem vontade de viver outra? Não há espaço. Ahahahahahaahahahaahh

Reuniões de final de ano

Hoje estive na escola entre as 10h e as 12h30 e ainda só "despachei" 2 filhos.

A palavra de ordem para as férias é Consolidar!

O mais velho, notas muito boas, a menos boa é a Português porque não se consegue ler o que escreve... o que, convenhamos, é chato... Para um rapaz que quer ser pastor tem demasiada letra de médico...
Comportamento bom, peca por alguma lentidão na execução de alguns trabalhos que envolvam... escrita. Pasmei, e babei, com as boas notas nos exames intermédios (fazem exames nacionais no 2.º ano para preparar os do 4.º ano e não contam propriamente para a nota, mas... esteve muito bem).
Tarefa nas férias: Consolidar a letra...

O do meio é o exemplo clássico de imaturidade e falta de atenção. A professora sublinha que não tem mau comportamento mas passa metade das aulas na vida dele. Um bocado infantil, distraído...
Notas boas mas a professora frisou que tem muito mais capacidades. Juro que me arrepiei quando ela referiu a rapidez de cálculo mental, mas se falha um exercício desiste e já não quer saber. Este comportamento implica que não participe, por exemplo, nos campeonatos T-Matik.
Vocabulário e vivências acima da média da turma mas depois não se aplica... o meu filho do meio. Vieram-me mesmo as lágrimas aos olhos, juro. Perceber que aquele meu filho tem mais capacidades do que as que aplica... As notas não são más mas esta sensação de que podiam ser melhores... ai... é que ele é mesmo esperto...
Tarefa nas férias: Consolidar a leitura...

Depois, ao nível pessoal/de feitos de cada um:
O mais velho precisa ser mais activo na sala, mais energético, menos deixa andar... É daqueles que mesmo sabendo não é o primeiro a colocar o dedo no ar...
O do meio precisa ser mais concentrado, ter mais atenção.... se a turma estiver a dar atenção à professora e um dos colegas disturbar ele dá atenção... a esse colega... estão a ver o estilo? Não causa, mas gosta...

A estratégia agora será obrigar o mais velho a fazer 100 reflexões de manhã e o do meio a estar uma hora em estado zen ao acordar... ahahahaahahahaah

Falta o pequeno. Embora já se adivinhe: esperto, concentrado,  mas... muito reguila... MUIIIITOOOOOO!

Antes que me esqueça

Sou só eu que tenho uma pancada pelo guarda-roupa da Melinda (Jennifer Love Hewitt) na série Ghost Whisperer?

O problema é que não é só a roupa do dia-a-dia. São as camisas de dormir, verdadeiros vestidos de gala de dormir, lindos, mesmo.
Fiz um comentário no post da Mel sobre sair da zona de conforto, que em certos aspectos é deixar andar. É-me difícil investir (em mim), abandonar o abandono de certos quereres que não passam disso...

Uma das coisas que gostava era de não vestir o que estiver à mão na hora de dormir. A ver se penso nisto a sério...

No fundo isto era só um post sobre camisas de dormir maravilhosas, mas é mais, porque devia mesmo sair de certas zonas/ hábitos...

Arre'spiga

que uma pessoa nem consegue vir ver as montras, quanto mais escrever...

Preparam-se as festas do concelho, trabalho a rodos;

Entre ter mais um filho ou integrar a Associação de Pais ganhou a 2.ª (para já, ahahahahah) e novas tarefas entram no dia-a-dia. Muitas ideias, muitas. Muito para fazer, mas antes é preciso planear e é no que estamos. Feliz com este passo. Sim, só tem uma semana, mas estou feliz por ter integrado uma associação que se preocupa com a educação e ensino dos nossos filhos;

Filhos mais velhos já de férias, mais novo ainda tem escola até 4 de Julho. Mais velhos nas actividades verão 100% do Município. As actividades desenvolvem-se entre: Museu, Biblioteca, Artes, Escola Fixa de Trânsito, Desporto, Piscinas Cobertas e Descobertas. Pelo meio visitas a locais como Jardim Budha e ida ao Festival Panda, tudo de borla. Pagamos apenas as refeições.
Já vos disse que vivo num sítio amigo disto de se ter filhos? Por exemplo, se tiver mais um, como já aconteceu no 3.º, recebo 1000 euros para ajudar as contas. Bem bom, não?
As Piscinas Cobertas custam 15 euros/mês, natação com professor duas vezes por semana. Como somos família numerosa temos 50% de desconto. Pagamos 22,50 por mês. Se frequentassem só uma vez por semana pagaríamos 4,50 por cada um... Não é incrível? Há ainda ballet: 10 euros/mês. Conservatório de música: 25 euros/mês. Karaté: igual ao conservatório. Futebol: gratuito. A componente escolar entre as 15h30 e as 18h30 é gratuita... continuo? Não dá vontade de aqui morar e ter filhos? Sim, dá!

Os próximos dias são de mais trabalho. Vou tentar aparecer... :)

Ele há coisas...

Hoje de manhã fiz uma actividade na sala do filho mais novo. Levei ervas aromáticas frescas do jardim e algumas flores do campo que secámos dentro de um livro. Levei uma enciclopédia de plantas e falámos de cada uma delas. Ficou uma aroma maravilhoso na sala entre mentas, hortelã, alfazema e alecrim.
A segunda parte da actividade foi fazerem um desenho com a família de cada um a passear num jardim e colámos flores secas e frescas no jardim. Ficaram uns quadros bem giros e perfumados!

Aparte de tudo isto fiquei intrigada com o desenho do meu filho. Ele está na fase em que uma pessoa é uma bola com dois olhos e duas pernas. Desenhou cinco. Depois desenhou uma mais pequena sem olhos e só com uma perna. Perguntei o que era. Disse que era um guarda-chuva. Mas depois ainda lhe fez uns olhos. Ficámos nós os 5 e um ser meio transparente como quem está sem estar. E eu só penso no gémeo deste meu filho que perdemos ainda durante a gestação. Parece que ele sabe sem saber, que o tinha, àquele irmão. Não sei explicar mas fico com um nó no peito, a pensar se será que seja possível que lhe sinta a falta. Percebem isto?
Ou se calhar não é nada disto e ele ia disparado a desenhar e fez um a mais, sem o fazer... Ele só teve aquele irmão durante 3 meses. Será que o chegou a saber, ou a sentir?!...
Há coisas mesmo... estranhas...

Lisboa por estes dias...

... é só saudade, deste lado.
Não é aquela saudade triste, é a de ter boas memórias.
Lisboa, que me parece cada vez mais distante. Lisboa que foi tão minha. Lisboa que eu percorria quase sempre a pé, especialmente depois das aulas quando descia da Cidade Universitária à Avenida da República e depois a descia até ao Saldanha, seguindo para a Fontes Pereira de Melo até Picoas e à minha Andrade Corvo. Tive a sorte de me calhar ter entre casa e escola uma geografia perfeita, estava tudo no sítio certo.
Ainda mais nesta altura em que as tardes eram passadas ali em baixo, no Parque Eduardo VII. Tantas, tantas tardes, ora com colegas dos estudos, ora com as de casa, ora sozinha. Que naquela cidade encantada feita de casas de livros nunca se está realmente sozinho.
Foi ali que, numa volta, vi uma fila enorme, enooorrrrmmmmeeeee. Fui experimentar o autor. Uma sorte de uma volta que descobri Mia Couto e nunca mais o deixei. Ganhou o lugar de eleição no meu coração literário. Mais tarde descobri porquê. Escreve como quem nasceu no Moçambique em que nasceu quem mais tarde veio a ser o homem da minha vida. E tudo ficou claro. Aquela poesia de se ser pessoa que nasceu em Moçambique é qualquer coisa... que sai dos livros e nos encanta.
Lisboa por estes dias eram as noite(ada)s no Santo António. Tanta gente, tanta sardinha, tanta sangria, ou cerveja, mas sou mais sangria. E música popular que incrivelmente me trazia a casa.
Tanta moeda atirada à fonte frente à estátua do querido Santo António. E que bem atiradas, as moedas. Que o Santo foi muito meu amigo e me trouxe um homem que lhe chega a ter o nome, só para eu perceber que tinha ali mão dele. O engraçadinho!
Lisboa por estes dias são sorrisos de boas memórias. Mesmo boas.
Lisboa trouxe-me a Gralha e, por estes (e todos os) dias, sempre a sua companhia. Sim, às vezes estudávamos. Mas aquela Lisboa do Parque a Santa Apolónia era toda nossa, dia e noite, cultura e diversão.
Lisboa por estes dias volta a encher-me o coração.

Tenho obviamente que referir a Lisboa que me fazia sonhar com aquilo do ser-se jornalista. Aquele prédio imponente onde se lia Diário de Notícias no cimo da Avenida da Liberdade comovia-me sempre, puxava-me pelo querer, aquele querer ser jornalista tão presente em mim toda a vida. Tê-lo tão perto de casa fazia-me sonhar. E aquele respeito que sentia quando passava à porta e via alguém entrar e sair. Sentia quase uma reverência. A minha vida profissional nunca se cruzou com o DN, mas tinha-lhe mesmo muito respeito. Provavelmente algumas das pessoas com quem me cruzei à porta e que representavam para mim uma vida de sonho, perderam esta semana o seu sonho. Lisboa por estes dias deixa-me também triste. Não era só o prédio, era o conceito. Que morreu. Que vai morrendo.
A DNA foi, como é hoje a Notícias Magazine, a minha revista de eleição. Gosto de revistas que não estão nas bancas sozinhas, que não precisam de gritar impropérios para que as vejamos, que nos trazem informação, informação mesmo, coisas boas de ler. O irónico é que hoje, hoje mesmo, não me consigo lembrar bem daquele prédio que exercia tanta magia em mim.

Lisboa por estes dias... é isto.

Eles, sempre eles...

Ontem entrei no quarto deles com a maior das energias e exclamei:
- Já só faltam 3 dias de escola!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
O mais velho sorriu e saltou da cama enquanto o do meio respondeu:
- Ora bolas, e sem férias pelo meio..........................
A criança está cansada, portanto. Mas faz-me sempre rir com as suas tiradas...

Filho mais novo tem estado com gripe, uma malandra duma gripe, uma febre chata, uma grande chatice. Ontem já esteve melhor. Hoje de manhã disse:
- Posso ir à escola? POSSO? Posso ir ver os meus amigos? Não quero ir para a casa da avó.
E foi. Feliz da vida. Ainda por mais agora diz que tem uma namorada e já lhe levou flores e tudo e são fofos os dois. Giro!

A Procissão

Amanhã, na festa de encerramento de ano lectivo do Agrupamento, o meu filho mais velho vai integrar uma teatralização da maravilhosa "Procissão" que conhecemos pela voz do enorme João Villaret.
Estive a revê-la e a enviar ao meu homem que não a conhece. Fiquei quase em lágrimas, de tão bonita que é, e pela forma como descreve as procissões das festas das aldeias. Tantos anos em que vesti de anjinho quando era pequenina e tantos mais em que carreguei um dos andores, o de Santa Eufémia, para ser precisa. Eu e as minhas 3 amigas de sempre. Sempre as 4.

Olhem que bonita, a Procissão:
O rapaz vai fazer de bombeiro e não tem nenhuma deixa porque têm a  música de fundo, mas é uma bonita estreia no teatro. Até estou nervosa. :)

O dia das minhas crianças

Foi assim. Muitos jogos e diversão de manhã, festas de aniversário de tarde.
As crianças que ainda habitam nos pais ficaram extenuadas com a manhã pelo que aproveitaram a tarde para uma sesta, TV e jardinagem. Perfeito!

Os nossos 3 corações! 

Das encruzilhadas da vida...

- Ter mais um filho, ou dois, vá...
OU
- Integrar a Associação de pais...

Uma indica um caminho em aberto, ainda em construção.
A outra indica o assumir a estrada que já se percorreu e ajudá-la, no que se possa.

A que me agrada mais é OBVIAMENTE a primeira. mas depois penso que estamos tão bem, são/é tudo tão perfeito. Sinto muitas vezes que a nossa família é esta, está formada. Depois penso "e se", no como seria bom sermos mais, porque no fundo é o que todos queremos...

Depois também penso que não basta apontar o dedo, refilar (ainda que em círculo estreito) no que não se faz, no que podiam fazer, no que se deve fazer para melhorar e alimentar esta relação tão importante: Pais-Filhos-Escola (não necessariamente por esta ordem). Penso que se calhar posso fazer mais. Se deixarem. Se houver realmente espaço. Vêm os "se's" desta vida. Mas começam também a criar-se projectos na minha cabeça. O poder fazer alguma coisa...

Arre que é difícil.
Posso muito bem ficar de braços cruzados e não arriscar nenhum destes caminhos. o que também me irrita.

É muita tensão para uma segunda-feira. Jesus!