Azeitona

Podia falar-nos nas calças de fato de treino cinzentas. Podia falar-nos na camisola polar bordeaux. Podia falar-vos no colete cor-de-rosa fluorescente ou mesmo nos meus ténis velhinhos que reapareceram.
Mas não, não falo do quanto gira e fashion me vesti hoje. Mais o boné. Não falo, não insistam que nem fotografia tirei.
Mas posso falar-vos de como é bom para a alma passar um dia a apanhar azeitona. BOM, mesmo!

Os meus pais andam nisto há dias. Hoje também tirei o dia para os ajudar. E é bom, caraças!

De manhã o pai saiu com os filhos, cada um à sua vida e eu dediquei-me à horta. Só o nosso terreno, que herdei do meu avô, tem umas 40 oliveiras. Tudo ali à porta. E uma pessoa dedica-se à terra e sente-se bem, mesmo bem (doem-me os ombros, pronto, mas passa).

Passei o dia a pensar em como seria imensamente feliz assim todos os dias. Dedicada à terra. A viver da terra.
Um dia, bolas, um dia ganho coragem. Um dia, caraças. Não acham estúpido ter o mundo aos pés e não viver dele/com ele de corpo e alma? Eu acho!

Depois tomei um banho bem quente (ai, os ombros), vesti-me melhorzinha, fui aos correios, às compras e buscar os miúdos à escola. Muiiiiiito mais feliz do que noutros dias. MUITO MESMO.

Se quiserem parem de ler, isto sou só eu a mentalizar-me de como SEREI Feliz quando viver só do campo. (viram o truque? não disse SERIA, disse SEREI, sim, serei!)

Sabem as pessoas que deixam tudo e partem para uma aventura no campo? Eu já cá estou, percebem?!! Não tivesse tanta necessidade de ordenado fixo para fazer face às despesas... Isto será desculpa?!!!

Bolas, como sou infeliz! Embora goste, e muito, do que faço, vá lá! Mas aquilo, pá, AQUILO é outro Mundo!

5 comentários:

  1. Olha eu não quero desiludir-te, mas viver da terra é como viver do mar. É tudo muito bom, até chegarem as tempestades. E há sempre tempestades!

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  2. Para ser sincera, lembro-me muito da vida do campo que o meu avô e os meus pais faziam... e o que acho que vale mesmo a pena é a serenidade, de não andar sempre a correr.
    Mas sei que há sempre coisas para fazer, nunca há um dia de descanso. Há dias próprios para tudo, e como diz a Calita e bem... há sempre tempestades... e contra essas, nem sempre é fácil lidar...

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  3. Tens toda a razão, pois fiz o mesmo este fim de semana. Qualquer dia mudo-me para aí! Bjo

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  4. Calita, deixa-me sonhar, pá! Faço estufas de betão, ou assim!

    Naná, sim, é a serenidade. Mas e as tempestades no trabalho, como a que acabei de ter nos recursos Humanos que estou enervada que mete dó?!!! Prefiro as naturais, não?!!!

    Célia! Sim, é muito bom! Muda-te para cá, embora até estejas pertinho. Tenho visto cá o teu homem, já é meio caminho para se mudarem, não?!!!! :) Beijinhos!

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  5. Quem me dera! Mesmo só um dia já era muito bom.

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